27.12.12

Foz do Iguaçu: conselhos e dicas úteis

Não faltam informações sobre Foz na Internet, afinal é um dos destinos turísticos mais visitados do Brasil. Mesmo assim a gente sempre pode acrescentar alguma coisa - e é isso que vou tentar fazer neste post.

Cataratas vistas do lado argentino no circuito superior

Em primeiro lugar queria chamar atenção para o fato de que a maioria dos textos ressalta muito a questão do volume de água das Cataratas em cada estação do ano, mas esquece de lembrar ao turista que a região é insuportavelmente quente no verão e extremamente fria no inverno – em parte por causa da grande umidade do ar. É claro que todos querem ter uma visão espetacular das Cataratas; como é preciso andar bastante para isso a temperatura tem que ser levada em conta. Mesmo como carioca acostumadíssima ao calor úmido do Rio, se soubesse disso antes de organizar a viagem teria escolhido época mais amena e não dezembro. Inclusive porque eu não queria apenas ver as Cataratas, mas tinha a intenção de fazer outros programas e a temperatura me complicou a vida.

Ainda dentro do tema “clima”: durante o passeio nos parques é quase inevitável o contato com a água em certos locais. Não me refiro aos barcos, mas aos pontos dos mirantes onde há grandes nuvens de gotículas. Portanto, proteção para sua máquina fotográfica (existem capas próprias pra isso), proteção para as roupas e sapatos, e bolsa impermeável. Imagino que ficar com um tênis molhado no frio deve ser bem desagradável.

Nos parques um festival de borboletas

Uma dica unânime: visite as Cataratas nos dois lados, o brasileiro e o argentino. Verdade verdadeira. São duas visões diferentes e atrações diferentes. O parque argentino, por exemplo, tem o passeio da lua cheia que o brasileiro não tem. Nos sites oficiais você vê os menus com respectivos preços e horários. Dependendo do que o visitante tiver interesse de fazer é preciso um dia inteiro em cada parque. No argentino, para quem pretende dividir a visita em 2 dias, eles oferecem um desconto de quase 50% do valor da entrada para o segundo dia.

No lado dos hermanos é preciso ter pesos em espécie porque eles não trabalham com cartão de crédito. O dinheiro servirá não só para a entrada como para outras necessidades: alimentação, lembrancinhas, etc. Informação de sobrevivência: uma garrafa de água mineral de 750 ml está custando $ 20 pesos argentinos. Um roubo! Ou seja, no cambio atual R$ 10 reais por uma garrafinha de água. E com esse calorão nesta época nem pense em fazer economia ou vai acabar desidratado. Outra dica: cuidado com as notas falsas! Quando comprei minhas entradas recebi de troco duas notas de $ 10 pesos. Tenho quase certeza que uma delas era falsa. Minha desconfiança vem de experiências ruins em Buenos Aires. A bronca que levei de um taxista me deixou mais alerta na hora de manusear cédulas que não uso diariamente.

Conselhos básicos que valem para os dois parques. Levar repelente, protetor solar e realmente respeitar os alertas com relação aos quatis. Vi cenas no lado argentino que não queria protagonizar. Os bichos são verdadeiros ladrões de comida e agem em quadrilhas - os filhotes também participam dos assaltos :)  Se você quer comer sossegado faça-o dentro dos quiosques, não do lado de fora. Cuidado especialmente se estiver com crianças pequenas.

Gangue de quatis assaltando comida

Se vai visitar apenas as Cataratas escolha um hotel fora do centro de Foz, na Avenida das Cataratas. Se interessa conhecer a cidade, a usina de Itaipu e fazer compras no Paraguai procure um hotel central. Existe um Terminal de Transportes Urbanos (TTU) onde o visitante tem disponíveis os ônibus comuns da cidade para fazer todos esses passeios. Perto do TTU há vários tipos de hotéis, dos mais simples aos mais estrelados. Mas atenção: em temperaturas extremas pode ser muito cansativo se deslocar apenas de ônibus comum. Sem contar que o tempo de viagem para o parque argentino é penoso (1 hora e 50 min aproximadamente). Se o visitante está em grupo compensa muito dividir as corridas de táxi. No centro da cidade há vários pontos e os motoristas em geral negociam o preço com boa vontade. Caso você use o TTU: o bilhete de ônibus é pago na entrada do terminal, ao passar pela roleta.

TTU na Avenida Juscelino Kubitscheck

Considero a visita a Itaipu imperdível. O local tem uma infraestrutura fantástica e o atendimento é organizadíssimo. Na entrada há uma lojinha bem simpática e um café. Comprei ingressos para duas atrações pela Internet: a iluminação da barragem e o circuito especial. Existe uma visita panorâmica que é mais barata e mais rápida do que o circuito especial. Qual dos dois fazer? Depende do seu interesse, tempo e grana. O que eu posso dizer é que não me arrependi em nada de fazer o circuito especial. Já a iluminação da barragem, embora tenha gostado, recomendo para o visitante que só terá tempo de visitar a usina à noite (sexta ou sábado). Se tiver progamado a panorâmica ou circuito especial não vale a pena se deslocar a Itaipu duas vezes. No site oficial você pode ver as outras atrações, horários e preços.

Iluminação da barragem em Itaipu

Não espere muito da cidade de Foz. Há alguns pontos turísticos no centro (ou próximos ao centro) que não visitei porque não tinha interesse. Ou melhor, tinha algum interesse em ver o templo budista mas não foi possível. Sobram restaurantes turísticos e botecos, faltam restaurantes “medianos”. Tive uma experiência catastrófica na Cantina 4 Sorelle, indicada pelo hotel onde me hospedei. A comida deixou minha mãe com uma infecção intestinal e quase arruinou nossa viagem por completo. Eu fiquei apenas com uma dor de barriga passageira. Temos absoluta certeza que foi o jantar do local. Além do problema que nos causou, a Cantina é uma armadilha. O preço cobrado foi absurdamente caro levando em conta o padrão do restaurante e a qualidade da comida que oferece. Está achando que é exagero? Então procure as críticas que já deixaram no TripAdvisor. Se eu soubesse...  Nunca mais viajo sem pegar indicação de restaurante próximo do alojamento.

Um bom lugar para comer no centro? A Famiglia Maran, mix de confeitaria e restaurante que funciona 24 horas. Fica ao lado do hotel Internacional Golden Tulip. Há um horário reduzido para a comida a quilo. Mas também servem à la carte ao longo do dia. O cardápio é simples mas o paladar da comida é excelente. E os preços são ótimos. O “frango light”, por exemplo, com uma boa porção de arroz (branco ou integral), legumes variados e pedaços de frango grelhado sai a R$ 12,90. Na Maran você também pode comprar sanduíches, sorvetes, pães, doces, sucos e refrigerantes, enfim, é "o lugar". Quase ao lado do TTU, na própria Avenida Juscelino Kubitscheck, está o supermercado Muffato. É enorme e tem um restaurante de comida a quilo na entrada. É um lugar bem apresentável, mas não almocei ali. Descobri por acaso, quando saí pra comprar frutas em pleno domingo e felizmente o mercado ficava aberto até às 18h. Por fim, existem as praças de alimentação dos dois shoppings: CataratasIguassu Boulevard. Estive no primeiro onde tomei apenas um bom café. Vale a pena uma passada se o caso for comer fast food ou fugir do calor. Os dois centros comerciais têm salas de cinema. O Cataratas tem também uma casa de câmbio.

Comida boa  e simples no centro de Foz 

Fiquei hospedada no hotel Águas do Iguaçu e valeu a pena - está muito bem cotado no TripAdvisor e no Booking. O custo benefício é bom e eles dão de cortesia o traslado “aeroporto-hotel”. Na entrada está uma agência da Loumar Tourismo que oferece pacotes e transporte em vans para vários lugares. A princípio eu não tinha a intenção de usar os serviços da Loumar, mas acabei precisando do transfer para ir a Itaipu à noite. Então é uma mão na roda ter a agência no lobby do hotel caso mude de ideia. Os funcionários dão descontos se você der uma choradinha – de certa forma a Loumar e os táxis são concorrentes, então aproveite e negocie.

Com relação às compras só posso falar do Duty Free de Puerto Iguazú. Eu havia lido tantas maravilhas sobre o lugar que criei uma expectativa altíssima. Logo que entrei, um balde de água fria. Realmente é um bom Duty Free, mas daí a ter o título de um dos melhores do mundo é um tremendo exagero. Eis um caso onde se pode dizer que tamanho não é documento. E mais: os preços de alguns artigos não são preços de Duty Free em hipótese alguma!

Melhor Duty Free Shop? Não...

O Paraguai eu não sei nem pra que lado fica. Com todo respeito. Não fui e não me interessava comprar bugigangas fakes. Dizem em Foz que o visitante tem que saber onde comprar. Sinceramente, até que me provem o contrário, não acredito nisso. Se eu já peguei perfume falsificado no Duty Free de Buenos Aires, imagina o que há no Paraguai... Alguns blogs e sites falam muito bem da S.A.X. e da Monalisa. Mas essa vou ficar devendo ao leitor.

Uma última dica. Deixo o telefone de um taxista que foi especialmente atencioso com a gente, o Edson. (45) 9925-1371 ou 3523-3641. Ponto de táxi nº 6. Rua Engenheiro Rebouças esquina com Brasil.
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